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A Metamorfose do Marketing no Futebol
Com a chegada dos inúmeros novos streamings, redes sociais, apps e coisas que a gente nem entende, fica cada vez mais forte a pergunta de como vai ser vida dos fãs de esporte para ver seu time, seu ídolo e seu esporte favorito. Ou do outro lado, como as empresas vão fazer para encontrar modelos de negócio que façam sentido para pagar tão caro pelos grandes direitos.
A resposta é simples e complexa. Temos que ser muito ágeis para entender as mudanças contínuas do comportamento de consumo de esportes de todas gerações e saber que produto, que serviço, que conteúdo oferecer a cada um deles em cada ponto de contato. Só assim, seremos relevantes para consumidores e marcas e, só assim, encontraremos modelos de negócios que façam sentido para os grupos de mídia e para os fãs.
E esse conceito não é de hoje, apenas o desafio que é cada vez mais difícil. Em um texto que fiz em 2017, e reli esses dias, fiquei assustado de como nada mudou, em termos de conceito do desafio, e ao mesmo tempo, mudou tudo. As possíveis soluções de 2017 não fazem mais sentido agora. O desafio só aumentou. E ficou mais animado.
Lá eu já dizia que paralelamente ao crescimento vertiginoso do consumo de vídeos online, em formatos e plataformas novas e distintas surgiram consumidores ainda conectados e engajados que fizeram com que mudasse completamente a capacidade e a capilaridade das inovações. Isso deu um nó nas estratégias do mundo mobile, redes sociais e marketing de engajamento.
O universo da publicidade, apesar de ainda tentar retardar esse movimento, já entendeu que precisa trocar o modo “comunicação em massa” pelo modo de ”content marketing” onde a mensagem é feita quase que organicamente para cada indivíduo e em momentos distintos de comportamento do mesmo usuário, em diversas plataformas e em diversos momentos do dia e da sua vida social.
Vídeos não são mais um meio de comunicação dos veículos para as pessoas, mas de pessoas para pessoas e de marcas paras pessoas. B2C, C2C e B2B e pode ir colocando outras letras aqui...
Estar presente nos vídeos e nas conversas com os fãs com seus valores, seus discursos e conceitos deixou de ser um ”nice to have” para ser uma necessidade absoluta para qualquer marca.
Os vídeos deixaram, há muito, de ser apenas uma propaganda ou uma ferramenta de branding, para serem de tudo um pouco: tutoriais, manuais, demos de produtos, dancinhas, memes, testemunhais, dicas de beleza, piadas inúteis, crianças abrindo caixas ou até um monte de chutes no ângulo (...graças a Deus, obrigado Pai, siiiiiu).
As transmissões e conteúdos de esporte, há muito, não são mais experiências de apenas uma via. As pessoas querem opinar, mudar ou referenciar o conteúdo (compartilhando com amigos), conversar com os criadores ou com as marcas. O conteúdo dos vídeos não pode apenas entreter o seu “espectador”, ele precisa representar quem os assiste.
Hoje, com as oportunidades de redes sociais, apps e todas ferramentas digitais, o conteúdo dos vídeos pode atingir a personalização máxima. De pessoas, momentos e devices. Com isso, os conteúdos, ainda mais os esportivos, se tornam ferramentas muito fortes para conectar compradores e vendedores, serviços e assinantes (pessoas engajadas com seu conteúdo compram mais).
No entanto, MAIS IMPORTANTE QUE ENTENDER DAS MÍDIAS E PLATAFORMAS, QUE CONHECER TUDO SOBRE SEU CONTEÚDO E QUE ENTENDER SEU CLIENTE.
É ENTENDER PROFUNDAMENTE O COMPORTAMENTE DE CONSUMO DE CONTEÚDO DO SEU CLIENTE EM CADA PLATAFORMA E NOS DIFERENTES MOMENTOS DO SEU DIA A DIA.
Fábio Machado de Medeiros
(Vice Presidente de Sports da Warner Media e fundador do Esporte Interativo)