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Efeito de rede, BBB e o futebol com isso?
Para entender um pouquinho sobre efeitos de rede em estratégia vale a pena dar um passinho para trás. Proponho uma visita a uma fábrica de chocolates. É rápido. Lá no começo, a cadeia de valor era razoavelmente simples: havia um rol de fornecedores e uma carteira de clientes. O jogo se resumia a diversificar o cartel de fornecedores para diminuir a dependência deles e aumentar a carteira de clientes, entregando mais volume e sempre que possível, maior margem. Mas o jogo sofisticou. Agora existem contratos de licenciamento, uma agência de promo, um grande número de lojas franqueadas, e-commerce, logística, despachantes e escritórios de advocacia para comércio internacional... você já sentiu o drama. O lucro como métrica de sucesso continua valendo, mas ganhou a companhia de outras formas de se garantir o sucesso da organização, como a quantidade de conexões, a recorrência de interações entre as empresas, o nível de interdependência entre os agentes... que explica em grande parte o fenômeno de efeito de rede.
Efeito de rede é um fenômeno “bola de neve” – quanto mais gente usa, mais razões para usar, as pessoas usam sua rede para resolver mais problemas do seu dia a dia, que mantém as pessoas ali dentro, em escala exponencial. A lista de quem segue essa lógica é enorme: Amazon, Netflix, Disney, Facebook e em uma escala que perpassa diversos negócios e mídias, o Big Brother Brasil. Sim, o BBB.
Você pode não assistir ao BBB, que chegou este ano à sua 21ª edição com faturamento superior a R$ 550 milhões de reais (olhando os Balanços fechados de 2019 só Flamengo e Palmeiras superam este faturamento). Mas a comunidade de humor de futebol no instagram que você segue, posta. A atriz global recordista de buscas na internet, torce pela sua melhor amiga. A cantora, antes conhecida em apenas alguns nichos, ganha projeção nacional e é chamada para fazer turnês nacionais. Na edição de 2020 atingiu-se o recorde em uma votação: 1,5 BILHÃO DE VOTOS. É como se cada brasileiro tivesse votado mais de 7 vezes!
E o que o futebol tem a aprender com isso? As oportunidades comerciais não nascem na árvore. O estádio do Tottenham Hotspurs, antes da pandemia, recebia mais de 600 eventos por ano. Quase dois por dia, e duvido que seja aniversário de conselheiro! Um amigo, sócio fundador do New York City FC afirmou que depois de todo jogo havia uma pesquisa a responder – perguntando desde a satisfação com o lanche até preferência musical para o intervalo. O binômio 70 jogos por ano/patrocínio de uniforme morreu de velho!
O cruzamento das mídias on e offline, o marketing de experiência, as inúmeras formas de engajamento devem ser pensadas não como eventos isolados, mas dentro de uma sequencia lógica que entregue valor para o seu cliente – seja o trade, agências ou o torcedor.
Então algumas perguntas que o gestor esportivo deve fazer para aumentar o efeito de rede para sua organização e ganhar escala em suas ações são:
1. Está claro qual o meu público e qual o valor que estou entregando?
2. Quais possíveis desdobramentos esta ação trará?
3. Tenho acesso aos stakeholders certos para garantir que os objetivos da minha organização esportiva serão entregues?
4. Estas ações ou eventos são replicáveis para outros interessados na minha organização esportiva?
O fundamental para o gestor esportivo é saber que não haverá uma bala de prata que resolverá todos os seus problemas. O sucesso de suas ações dependerá de recorrência, planejamento e muita integração com parceiros de sucesso.
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